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É a associação dos profissionais de mar-
keting e comunicação das sociedades de
advogados. Foi baptizada com o nome Legal
Management Network Portugal e quer esten-
der a sua actividade aos restantes países onde
o português é a língua oficial.
Qual é a génese do Legal Management Net-
work Portugal (LMN)?
Rita Proença Varão (RPV) -
Em 2003, quando
esta actividade começou a fazer sentido nas
sociedades de advogados, era uma função
completamente nova no sector. Nessa altura
começámos a trocar ideias sobre o que seria o
futuro e sobre o que iríamos ou não fazer. Esta
troca de ideias foi iniciada de uma maneira
informal e o que se sentiu foi que, devido à di-
mensão e importância da função nas socieda-
des de advogados mais ligadas à área empre-
sarial, havia a necessidade de a tornarmos mais
profissional. Daí surgir esta ideia de formalizar-
mos um grupo, com o apoio da Associação das
Sociedades de Advogados de Portugal (ASAP),
e de darmos outra vida aos encontros que já
vinham sendo hábito entre nós.
A que se ficou a dever a decisão de formali-
zar o grupo no âmbito da ASAP?
Matilde de Mello Cabral (MMC) -
Desde que
foi criada, a ASAP sempre pretendeu oferecer
serviços às sociedades que a integram. Serviços
que passamnão só pela parte ligada à produção
jurídica, mas também por outras áreas. Foi as-
sim que arrancou, no âmbito da associação, um
grupo chamado“it4legal”, para a área das tecno-
logias de informação, e outro designado LMN
Portugal, no campo de marketing e comunica-
ção. Faz aliás todo o sentido que o sector possa
beneficiar do que já foi feito, pensado e estuda-
do nestas áreas. Neste sentido, os responsáveis
da ASAP pensaram, e bem, em entregar essa
tarefa a pessoas que já desenvolvem profissio-
nalmente estes serviços no seu dia-a-dia.
Entretanto decidiram abrir o debate sobre o
marketing nas sociedades a outros actores.
Porquê?
MMC -
Chegámos à conclusão de que já tínha-
mos dimensão, massa crítica e conhecimentos
Além da conferência que já promoveram,
sobre comunicação interna nas sociedades
de advogados, que outras iniciativas preten-
dem desenvolver?
MMC -
A ideia é fazermos três a quatro confe-
rências por ano. Neste âmbito, contamos com
o apoio institucional da Universidade Católica,
onde decorrem todas as iniciativas do LMN.
Depois, temos o site onde partilhamos notí-
cias, artigos, opiniões sobre temas diversos
que têm que ver com o marketing jurídico.
Isto, sem prejuízo de continuarmos, entre nós,
a debater e partilhar ideias.
Quem pode ser associado da LMN?
SJ -
As pessoas podem aderir ao LMN desde
que exerçam funções apenas na área de mar-
keting ou da comunicação nas sociedades
de advogados. Existem algumas sociedades
que, se calhar, pela sua dimensão têm um ad-
vogado que trata de directórios ou de outras
tarefas de comunicação. Essa pessoa não pode
fazer parte da associação, porque exerce a fun-
ção de advogado.
acumulados do marketing neste sector, para
podermos fazer qualquer coisa em Portugal e
em português que pudesse ser utilizado por
outros. Fossem eles profissionais de marke-
ting, exercessem a actividade em estruturas
mais pequenas ou tivessem chegado agora
ao mercado. Ou até os próprios advogados e
outras pessoas que se dediquem à gestão das
sociedades ou que, fruto daquilo que façam,
queiram saber mais sobre como é que se co-
munica e promove os serviços jurídicos.
A ideia é partilhar conhecimentos?
Sofia Justino (SJ) -
Ao contrário do que even-
tualmente se possa pensar, e apesar de toda a
concorrência que exista no mercado entre as
sociedades de advogados, a troca de ideias e
experiências é salutar, quer pelo convívio que
existe entre as pessoas, quer pela partilha de
conhecimento. Isto, sem que tal isso impli-
que a partilha de informações confidenciais.
As pessoas poderiam ter dúvidas quanto à
partilha de experiências, por recearem que as
experiências fossem copiadas. Mas a verdade
é que nunca é possível fazer igual. Desde logo
porque as realidades, as pessoas e as culturas
das sociedades são diferentes. Além do mais,
não estamos a inventar a roda. Não fazemos
nada que não se faça já em milhares de orga-
nizações por todo o mundo.
O LMN é um espaço aberto para quem chega
à vossa profissão?
RPV -
Um dos grandes propósitos da associa-
ção é ajudar quem entra neste sector de acti-
vidade. Ter alguém que lhes diga que determi-
nada situação pode acontecer, isso dá algum
conforto e alguma segurança às pessoas que
começam a dar os primeiros passos nesta área.
Isso acaba por nos beneficiar a nós, enquanto
concorrentes, porque a concorrência é salutar,
e quanto mais houver, mais puxa por nós e nos
faz crescer em termos profissionais.
MMC -
Outro dos propósitos é também poder-
mos fazer alguma coisa nos países de língua
portuguesa e pelas sociedades que, nesses
mercados, queiram apostar numa gestão pro-
fissional. Gostaríamos que este projecto cres-
cesse para o mundo onde se fala português.
“Gostaríamos que este projecto
crescesse para omundo onde se
fala português”
Ao contrário do que
eventualmente se possa
pensar, e apesar de toda a
concorrência que exista
no mercado entre as so-
ciedades de advogados, a
troca de ideias e experiên-
cias é salutar, quer pelo
convívio que existe entre
as pessoas, quer pela par-
tilha de conhecimento.
Sofia Justino