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Uma década de diferenças
Mais diversificação de emprego, mais organização de tipo empresarial, mais oferta por especialização. É toda uma década
em sínteseminimalista que revela uma evolução no sector da advocacia e que foi sendo retratada anualmente pelo In-Lex.
Um exercício do tipo “veja as diferenças”, usando a oportunidade do décimo aniversário do Anuário, identifica a gene-
ralização daquilo que em 2006 era o princípio: a organização societária. Hoje estão no In-Lex mais de 150 quando há
dez anos não chegavam a uma centena. Mesmo que não estejamos perante um número científico, a tendência está lá.
Como está também uma dinâmica de reforço da organização enquanto empresa. Hoje não são apenas advogados,
sócios ou não, que encontramos. Organizadas como autênticas empresas de serviços jurídicos, as firmas de advocacia
criaram postos de trabalho e trabalho em áreas que vão da comunicação à análise financeira.
Mesmo sendo um lugar comum, vale a pena registar que o determinante desta mudança tem sido a crescente com-
plexidade da vida empresarial, económica e financeira. Não é por acaso que é no domínio da vida económica que se
apoia boa parte do leque de oferta de serviços jurídicos, com os pesos relativos a mudarem em função da conjuntura.
O colapso do BES e do GES, com tudo o que envolveu, fazem adivinhar um longo caminho de trabalho para muitas so-
ciedades de advogados. A perspectiva de recuperação do sector da construção antecipa o regresso de algumas áreas
que viveram tempos menos fáceis durante o longo processo de emagrecimento do sector, quer na sua componente
privada como de investimento público.
Mas estas são as grandes tendências de conjuntura, o baloiçar das águas que, espera-se sejam menos de tempestade
e mais de ventos suaves para costas mais seguras. O que nesta década mudou foram os barcos que as navegam,
sociedades estruturadas e organizadas para enfrentarem o mundo global e reagirem com rapidez à mudança dos
tempos e das vontades.
TEMPO DE HISTÓRIAS
Já lá vão 10 anos desde que começámos a nossa história ao publicar a primeira Edição deste Anuário - o In-Lex 2006.
Sem certezas, até porque não era um sector muito dado aos temas relacionados com o marketing e comunicação, mas
com uma convicção muito forte de que seria um projecto inovador e vencedor, apostámos, remámos contra algumas
marés, apanhámos boleia de outras e, apesar da história ainda ser recente, o balanço é muito positivo. Tendo em conta
o universo das sociedades de advogados a nível nacional, e que actuam como verdadeiras sociedades, estamos em
condições de afirmar que são poucos os players que ainda não apresentámos no In-Lex. Desde 2006, já colaborámos
com 341 Sociedades de 43 localidades.
À semelhança do emblemático conto ”os três porquinhos” - que nos ensinou desde cedo que o trabalho, a preparação,
a consistência e a solidez são a base do sucesso -, e como bons aprendizes, fomos os arquitectos de um projecto
construído com matéria-prima sólida e consistente - as sociedades de advogados - e que, mesmo nas condições eco-
nómicas mais adversas, simbolizadas pelo “lobo mau” da nossa história, demonstraram também a sua essência consti-
tutiva - preparação, resiliência e solidez-, dando um sinal claro aos seus clientes da sua capacidade de adaptação e de
que estão cá de “tijolo e cimento”, para ficar. Esta estabilidade não acontece por acaso. As sociedades de advogados
são tipicamente projectos edificados ao longo do tempo, um “trabalho em curso” permanente e focado no cliente
e no longo prazo, o que lhes dá uma maior resistência aos ciclos económicos. Avizinham-se tempos mais calmos e,
ainda que incertos, já com sinais de alguma retoma e crescimento, reflectidos também nesta edição do In-Lex. Assim
o esperam as sociedades, assim o esperamos todos.
Este ano, celebramos orgulhosamente a 10ª edição do Anuário In-Lex, uma das mais concorridas de sempre, agra-
decendo a todos os que tornam possível a realização deste projecto: as sociedades, os nossos parceiros, os leitores e
todos os utilizadores do directório. Novos capítulos em 2016!
editorial
HELENA GARRIDO
Directora do Jornal de Negócios
joão moura
Director da In-Lex