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Incógnita da Crise 08-04-2021
Fotografia O ano que agora fecha trouxe efeitos devastadores e transversais. E se o arranque de 2020 dava sinais promissores, o choque com a pandemia travou a fundo o mundo, as empresas e os negócios, colocando uma maior pressão também sobre o setor da advocacia. Apesar da resistência demonstrada pelas firmas de advogados, o futuro é ainda de incerteza.
Um fenómeno, aliás, transversal a todas as áreas. E como a advocacia não é uma ilha, é natural que se ressinta dos efeitos de uma retoma ainda incerta.
Sendo o setor das fusões e aquisições (M&A) um dos mais rentáveis no negócio da advocacia, será também o elo da cadeia mais ‘castigado’. A vitalidade económica e o pleno funcionamento da economia e das instituições é por isso um fator essencial.
A resistência é particularmente visível nos resultados obtidos até novembro do ano passado, com as fusões e aquisições no país a renderem 8,8 mil milhões de euros. Foram apenas 60 as transações comunicadas, o que arrisca atirar o indicador para o pior ano em número de negócios desde 2016, mas o valor das transações fez disparar em muito o rendimento de tais negócios: 8,8 mil milhões de euros gerados. Portugal teve a sorte de ter uma mão cheia de negócios a puxar pelo setor em 2020, minimizando os estragos gerados pelo impacto da pandemia. A venda de 81% da Brisa a um consórcio formado por holandeses, sul-coreanos e suíços foi uma lufada de ar fresco que gerou por si só um ponto alto de 4,1 mil milhões nas transações. Uma só jogada que equilibrou o tabuleiro.
Num cenário de retoma mais demorada e incerta, a advocacia ainda sentirá o choque da pandemia em 2021. E num contexto de dificuldades será determinante a capacidade de atrair investimento estrangeiro, já que em Portugal o capital escasseia. A reviravolta do país fará a diferença na evolução de um dos setores mais rentáveis do direito. A capacidade de voltar a pôr a economia em marcha e de dar resposta às necessidades das empresas fará a diferença entre um setor das fusões e aquisições dinâmico e voltado para a criação de valor ou, pelo contrário, a caminhar para um lado mais negro: o investimento em ativos desvalorizados pela crise. Ou, na gíria dos negócios, um negócio de M&A mais voltado para empresas financeiramente ‘mutiladas’, compradas a baixo preço.
Dificilmente haverá quem escape ileso ao impacto da pandemia. A arte e o engenho farão a diferença na hora de apostar no caminho a seguir. ...In Anuário 2021
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