Com o fim da pandemia à vista e a expectável passagem para uma situação de endemia, prestes a regressarmos à tão desejada normalidade das nossas vidas, a bonança chega com um sabor agridoce. Somos novamente confrontados com o impensável e inesperado, uma guerra na Europa. A Ucrânia, um país soberano, foi invadida pela Rússia. Vamos, uma vez mais, ser testados, já não pelo covid, mas pelos danos de uma guerra que a todos afeta e cuja resolução de todos depende.
O ano de 2022 arrancou com sinais positivos e com boas expectativas quanto à recuperação económica e ao impacto do PRR na economia nacional, ainda que com algumas incertezas fruto do legado da pandemia, como sendo o aumento do preço do petróleo, a subida da inflação, ainda que controlada a nível nacional, e o consequente aumento das taxas de juro. Nas contas desta equação, em tom de previsão de fecho de ano, ainda não constava uma variável: o dia 24 de fevereiro, com o início da guerra.
As incertezas que já existiam ganham agora outra dimensão e o impacto que terão no balanço final do ano de 2022 irá depender do desenlace deste conflito, do tempo que irá demorar, das consequências das justificadas e necessárias sanções aplicadas à Rússia e das relações que se irão, ou não, manter. A palavra “depende” vai estar na ordem do dia e, do que daí resultar, uma maior ou menor gravidade da situação que o mundo vai viver.
Ainda que Portugal não dependa do fornecimento de gás pela Rússia, ao contrário de alguns países europeus, os efeitos desta guerra vão naturalmente sentir-se em todo o mundo e em especial em economias pequenas e muito expostas ao exterior, como é o caso da nossa. Não obstante a conjuntura externa ser desfavorável e imprevisível, depende de nós seguirmos em frente e darmos continuidade ao trabalho que temos estado a desenvolver no caminho da recuperação económica, tendo sempre os valores humanitários e de solidariedade como prioritários. Precisamos de todos os intervenientes nesta missão, pessoas, empresas e em especial dos nossos governantes, para que se mantenham à altura dos desafios e que, juntamente com a União Europeia, entre outros, não abram mãos na defesa dos Direitos Humanos, da Democracia, da Liberdade e da Segurança.
No que depende da assessoria jurídica, Portugal está bem preparado, e com o que de melhor se faz no mundo. Nas páginas deste anuário encontra 141 sociedades de advogados prontas para serem recrutadas para as missões que se seguem, sejam elas mais amargas ou mais doces....In Anuário 2022
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