Como a sociedade no seu todo, a advocacia não escapou à crise económica causada pela pandemia. Os problemas surgiram e persistem, porque os clientes dos advogados perderam negócio, mas foi possível dar melhor resposta às dificuldades, devido à aposta feita no investimento em soluções de tecnologias de informação. Até por isso, para os agentes do setor, os advogados e as sociedades de advogados que consigam ultrapassar esta crise sem precedentes acabarão por sair reforçados para enfrentar a retoma.
José Luís Moreira da Silva, presidente da Associação das Sociedades de Advogados de Portugal (ASAP), sublinha que a crise causada pela pandemia se estendeu ao País como um todo, incluindo também, naturalmente, das entidades de que é representante, “pois ao afetar os seus clientes houve imediatas repercussões ao nível do setor, que necessariamente perdeu negócio, tendo várias operações ficado suspensas ou mesmo canceladas”.
Além da penalização para o setor da advocacia organizada em regime societário, as sucessivas declarações de estado de emergência, “com o consequente encerramento ou redução da atividade dos tribunais, afetaram também o bom funcionamento da Justiça, prejudicando os cidadãos e as empresas e, consequentemente, o exercício profissional dos advogados, sobretudo aquele que diz respeito ao patrocínio forense”, sublinha, por seu turno, Pedro Pais de Almeida, presidente da Federação de Advogados de Língua Portuguesa (FALP), uma instituição sem fins lucrativos que junta entidades ligadas à advocacia de países lusófonos e que, curiosamente, foi constituída em março de 2020, nas vésperas do aparecimento dos primeiros casos de infeção pela Covid-19 no nosso país. ...In Anuário 2021
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